Taizé, uma pequena aldeia de França, alberga uma Comunidade de homens que se comprometeram a seguir Cristo durante toda a sua vida. Vindos de cerca de trinta países e de diversas Igrejas, irmãos protestantes e católicos, procuram ser um sinal de reconciliação entre cristãos divididos e povos separados.
Esta Comunidade internacional e ecuménica, fundada pelo irmão Roger e atualmente dirigida pelo irmão Aloís, tem como vocação procurar caminhos de reconciliação entre os cristãos e na família humana.
Três vezes por dia, tudo para na colina de Taizé e todos os que ali se encontram juntam-se para a oração: cânticos, um texto bíblico em várias línguas, um longo tempo de silêncio, uma oração para todos os povos da terra.
No dia 24 de março, logo de manhã, partiram 52 alunos do Ensino Secundáriodo Colégio de S. Miguel, acompanhados pelos professores Fernando Valente, Sara Cruz e Sérgio Vicente para viver fortemente a semana da Páscoa. Aqui ficam os belos testemunhos de alguns dos participantes:
“Ir a Taizé foi, sem dúvida, uma experiência única na minha vida. Foi uma semana onde tive espaço para conhecer novas pessoas e novas formas de vida e onde consegui ao mesmo tempo fugir à rotina, que tantas vezes me absorve, permitindo-me assim parar e estar comigo própria. Taizé é, de facto, um lugar especial que me deu, sobretudo, a oportunidade de abrir o meu coração a Deus e de reforçar os alicerces da minha fé”.
“Para mim, Taizé é o lugar onde o tempo passa rápido. Aí senti que não deixei nada por fazer. Existe tempo para rezar, conviver, partilhar, divertir e fazer mil e uma coisas. Taizé é um sítio bastante simples e cheio de paz. Guardo com muito carinho e felicidade cada dia e experiências vividas.”
“Quando cheguei a Taizé, posso dizer, que os sentimentos que predominavam em mim eram a ansiedade e o entusiasmo. Foi uma semana completamente diferente das vividas no meu dia-a-dia, onde a paz de espírito e a alegria nunca faltaram. Paisagens deslumbrantes, cânticos esplêndidos, pessoas diferentes e um silêncio arrebatador, é talvez aquilo que melhor descreve Taizé. Infelizmente, tive que dizer adeus a este maravilhoso local. Agora sinto-me de coração cheio por ter experienciado coisas novas e já com muita vontade de voltar”.
“Para mim, estar em Taizé, foi como se estivesse estado numa pequena África. Perceber como é que há gente com tão pouco e é tão feliz e nós, com muito, por vezes, dizemos que somos infelizes. Quem vai a Taizé, aprende a viver de uma maneira muito simples mas feliz, onde existe o convívio com pessoas de outras culturas. Em Taizé, temos momentos para rir, chorar, refletir e ajudar o outro. Apesar de os primeiros dias terem sido complicados, devido aos costumes, às condições e sobretudo à comida, eu voltaria a Taizé, porque “Taizé” muda-nos!”
“A maneira como vivemos em Taizé não tem comparação possível e podemos ver isso quando a felicidade vem das coisas mais simples como um abraço, um simples sorriso ou um bom dia, que é retribuído com o dobro da alegria. Taizé faz-nos olhar e ver o lado positivo das coisas, permite-nos distinguir o essencial do superficial. Tem uma magia única, orações profundas e valores incríveis. Nesta semana consegui ser eu própria, sentir a felicidade no seu estado mais puro e viver a fé e a religião na sua plenitude. Talvez seja esse o encanto e espírito de Taizé, o querer lá voltar, o querer obter respostas, o espírito de comunidade, a simplicidade, a felicidade, a fé, o silêncio. Uma experiência incrível que gostaria de repetir. Agradeço tudo o que vivi. Obrigada!”
E lá voltamos nós rumo a Portugal no dia de Páscoa, após participarmos bem cedinho na tão bela celebração, onde um novo irmão deu entrada definitiva na comunidade.
Uma viagem cansativa mas uma bagagem cheia de maravilhas. E no dia 2 de abril, bem cedo, aí estavam os pais, junto ao Colégio de São Miguel, cheios de saudades para abraçarem os seus filhos.
ABR
2018